Bloqueou, e agora?

17/03/15


Nos últimos dias tenho passado por uma crise criativa, motivada pelo excesso de compromissos que assumi e pela falta de tempo para finalizar tudo da maneira como gostaria. E quando digo falta de tempo, quero dizer que possuo um curto espaço para sentar e trabalhar, somado ao fato de que essa pressão me desestimula, desanima e me deixa com um peso sobre os ombros difícil de carregar.

Só para dar uma ideia: a última ilustração que fiz para o Ilustra Day levou dias para ser finalizada, porque eu simplesmente não conseguia achar o tom certo dos materiais que estava usando. Primeiro, tentei caneta multiliner, e a linha saía grossa e toda tremida. Depois, fui para a aquarela, e fiz uma meleca indizível na folha. Voltei para a multiliner e foi outra cagação sem fim. Resumo da ópera: peguei o papel de desenho mais comum que tinha e o bom e velho lápis grafite com esfuminho, e reencontrei meu passo.

No meu caso, o bloqueio criativo acontece quando não tenho espaço para respirar entre um trabalho e outro, e os prazos estão ali, me devorando. Como assumi o compromisso de montar uma exposição de ilustrações inéditas para o início do mês que vem, toda vez que olho para o calendário meu estômago revira um pouco. Eu já tinha começado a trabalhar em algumas coisas, mas guardei todos aqueles projetos para uma próxima ocasião e parti do zero novamente. Agora, estou com 4 de 14 rascunhos em tamanho A3 prontos, a exposição abre dia 8 de abril e eu nem sei que materiais utilizar. Que legal!

Realmente gostaria de chegar aqui e elencar uma série de dicas sobre como lidar com esse problema mas, sinceramente, não dá. Estou mais é extravasando meus sentimentos em relação a tudo que tem acontecido. Ah, e acabei de lembrar que pedi uma série de textos para algumas amigas escritoras e, até agora, nem toquei nesse material. Boa!

Nesse redemoinho todo, me pego pensando na qualidade das coisas que resultarão desses processos loucos. Aí vou mais além no raciocínio, e quando vejo estou num looping eterno de que porra é essa??? Na minha cabeça e no meu coração, eu sei que darei conta de tudo e que as peças ficarão do jeito que gosto, que vou saber trabalhar os conceitos que permeiam as minhas obras já faz algum tempo, que no fim tudo se ajeita. Mas tem que ser tudo assim, sempre? Como se eu estivesse dia após dia apagando incêndio? 

Para não deixar esse post uma sofrência só, aí vai uma listinha de coisas que podem nos ajudar, pelo menos me agarro a essas possibilidades para tentar correr atrás da máquina:

- crie um ambiente propício ao trabalho, vale tudo: cromoterapia, incenso, usar protetor auricular, acordar 4 da manhã para aproveitar a calmaria;
- use um calendário com espaço para planejamento e fixe-o numa parede diante dos seus olhos, com todas as datas, progressos e o que precisa ser feito para ontem;
- se dê recompensas pelas metas alcançadas, às vezes até mesmo um X bem grande riscado sobre a tarefa que você acabou de realizar já ajuda muito.

Sharon me entende nesses dias...
Me contem nos comentários o que vocês fazem quando a crise bate à porta. Quem sabe fazemos um grande post colaborativo, com dicas para segurar essa barra que é gostar de você esse bloqueio.

Abraços,
Lidiane :-)

Comentários

  1. Quando tenho um "bloqueio criativo" Tanto para bloggar ou desenhar, eu simplesmente não sei o que fazer. Já procurei várias dicas para me ajudar, mas eu sempre acabo por encarar a folha ou a tela branca do pc (no caso de bloggar/escrever).

    Graças a deus são poucas as vezes que tenho esse bloqueio, sei lá... parece que pifa o cérebro :)

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    1. Meu bloqueio também é por épocas, mas geralmente é mais para o final do ano, quando estou mais cansada, esse ano é que embolou tudo por causa da exposição. Espero não pifar antes de terminar tudo rsrsrsrs

      Bjks :*

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  2. Bom, pelo menos, pensa que tu não és a única que entrar em desespero com prazos. eu detesto prazos! Mas se não fossem por eles, acho que não faria nem metade das coisas que tenho pra fazer. x.x A única dica que tenho pra te dar, e que tem funcionado para mim, é fazer uma lista de coisas que tu tem que fazer (bem ao estilo "to do list" mesmo). Não precisa enumerar, nem colocar em ordem de prioridade, mas se quiser, coloca. E aí, vai eliminando os itens na medida em que puder, todos os dias. Mas tu tem que estar sempre de olho nessa lista. O que tu não conseguir eliminar no dia, deixa os itens para o dia seguinte. A ideia da recompensa é bem legal mesmo. Geralmente, eu me recompenso no final do dia fazendo algo que eu gosto, tipo, um desenho qualquer, escrevo algo ou leio um capítulo de um livro, ou assisto um episódio de algum seriado...me recompenso com uns minutinhos para dedicar a fazer algo para mim mesma, algo que eu gosto, pq me desestressa e distrai um pouco. Dá pra fazer as recompensas entre um item realizado e outro também. Mas essa ideia da lista tem me ajudado muito mesmo. Sem falar que, no final do dia, só de ver a lista cheia de itens riscados já dá um baita alivio, né! hehe. Sobre o bloqueio, o que eu faço é dar uma volta na quadra, beber uma cervejinha pra relaxar (caso tu beba), visito sites e blogs de outros artistas pra me inspirar, dou uma olhada nos livros de arte que tenho... um deles, sempre me ajuda! :) Ah, outra coisa que me veio em mente agora, lembro que tu disse em outro post que já tinha em mente o tema da tua exposição, né? Busque no google imagens sobre esse tema. Acho que pode te ajudar também a te inspirar.

    Eu queria poder dizer mais alguma coisa pra te incentivar, mas agora não me vem nada em mente D: Mas achei legal que mesmo com a pressão dos dias chegando pra exposição, tu ainda mantém o pensamento positivo quanto ao resultado final. :) Acho que isso é bem importante! Enfim, vai lá e arrasa! ♥

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    1. Oi Bia, obrigada pelas dicas! Eu tenho um planner colado na parede, com uma lista do que preciso fazer por dia, e isso tem me ajudado. Sempre fui organizada, mas depois do mestrado meio que despiroquei e fiquei nessa pressão dos prazos.
      Eu já tinha o tema da exposição definido, mas tive que seguir outra linha porque estava fazendo tudo em tamanho A4, e vi que os trabalhos ficariam perdidos dentro do expositor, por isso decidi mudar para A3. Ontem consegui finalizar os 14 esboços e hoje parto para a finalização, no melhor estilo linha de montagem, para dar tempo.
      Se eu aparecer caraca na minha próxima foto de perfil, já sabes o porquê :D mas procuro sempre manter o otimismo, porque de nada adianta sentar e chorar e não ver as coisas acontecerem. Vai dar tudo certo (tomara)!

      Beijokas :*

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  3. Eu, sinceramente, surto. Sofro só de pensar que estou entrando num ciclo de secura, porque eu demoro: preciso chegar lá no fundo do desespero - prazo estourando, resultado bosta, trabalho corrido, briga em casa, chocolate demais - para depois voltar cheia de gás e criatividade, aleluia. Queria ser mais prática nessas horas e simplesmente ir dormir. Para depois acordar leve, com a energia fluindo a mil. Às vezes eu só preciso mesmo é de um abraço e umas 12h de sono bom.

    [Vai sair tudo lindamente por aí, como tu sabes, e as amigas que mandaram textos pra ti aposto que estão todas muito de boas com isso. Todas sabem que suas histórias estão em boas mãos.]

    Bjocas!

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    1. Pois eu também sinto que preciso chegar lá no fundo do fundo, me esgotar, sentir que todas as forças abandonaram meu corpo, chorar em posição fetal, para depois terminar tudo e seguir como se nada tivesse acontecido... e a frequência desses surtos tem aumentado consideravelmente.
      Quando for assim, vamos marcar um café, jogar conversa fora, ou se abraçar e chorar, porque artista é esse ser solitário que, no fim das contas, só precisa dividir o fardo um pouquinho ;)

      Os textos estão bem guardadinhos sim, e à espera da dedicação que merecem. Vai ter zine. Vai ter maravilhosidades em breve!

      beijão :*

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  4. Eu lido com o bloqueio criativo segurando a marimba monamu

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