Seja bem-vindo, 2018! Só posso crer que será um ano excelente, pois já comecei fazendo o que mais amo, ou seja, desenhando. Dediquei o primeiro dia deste novo ciclo a uma ilustração que, como muitas, deixei em rascunho por vários meses, até ter um propósito para ela. Sim, eu preciso contar uma história em cada trabalho e costumo empreender uma pesquisa extensa, dentro dos temas que gosto de abordar (mitologia, feminino, fantasia).
Em março do ano passado eu havia encontrado uma foto de referência da Kate Moss muito interessante, e rascunhei algo a partir dela. Porém, não prossegui com o estudo, pois não conseguia encontrar uma narrativa para aquela imagem. E assim passou 2017, fiz outras coisas, até que, na última semana de dezembro, resolvi resgatar o esboço e tentar algo novo a partir dele. Mas ainda faltava alguma coisa... até que descobri o arcano regente deste ano: a força. Aí tudo fez sentido.
De acordo com a descrição do Tarô Illuminati (deck que tenho e estudo há algum tempo):
"Existe uma lenda que conta a história de um cavaleiro heroico que salvou uma linda donzela que ele amava das garras de uma fera ao matar o animal. Ele triunfou sobre a fera e, portanto, superou sua libido e paixão, a natureza animalesca presente em seu amor e em si. Mas o cavaleiro causou um grande dano a si mesmo e à sua amada. A lenda é erroneamente glorificada. Matar a fera interior, domá-la e aprisioná-la é destruir uma parte de si mesmo. A força não está na espada e no braço, mas na paciência e na bondade: ela vem de dentro. Nem a espada mais cortante nem o braço mais forte podem lhe proporcionar a coragem se você ainda não a possuir. Saiba disso: eu não tenho medo da fera dentro de meu corpo, nem temo seu poder ou seu tamanho. Eu a domei, mas não destruí sua força, pois fazer isso seria destruir a mim mesmo. Eu sou a fera e ela sou eu. Uma fera grandiosa assim nunca deveria ser morta, mas, sim, compreendida e aceita, pois você deve se lembrar de que há não muito tempo nós também éramos animais..."
Depois de ler essa passagem, a figura que eu estava tentando moldar - uma mulher meio guerreira, meio deusa, vestida com penas e pintura de guerra - me levou à uma analogia com a donzela e a fera da lenda. Sobre como precisamos, muitas vezes, domar (e aceitar) nossa fera interior e aprender, através dela, lições que nos tragam coragem e força para enfrentar o mundo. Sobre entender que a luz e a escuridão moram dentro de nós e fazem parte do que somos; não podemos separar esses dois lados, mas lidar com eles até alcançar o equilíbrio (isso soou muito Star Wars, eu sei).
Agora, falando da ilustração em si: utilizei o papel Bristol, minha última aquisição artística e, para quem gosta de papéis de alta alvura, e com textura satinada, bem lisinha, recomendo muito. Lápis e marcadores se comportam bem neste suporte, porém, não é indicado para tinta, principalmente aquarela. A figura foi feita com os lápis grafite Lyra, que estão competindo pelo meu amor com o Mars Lumograph, e as plumagens com marcador dourado. O resultado:
Materiais utilizados
- Papel Canson Bristol 180g;
- Lápis grafite Lyra 2B, 4B e 6B;
- Marcadores dourados Posca e Pentel;
- Multiliner Sakura 0.1.
Espero que o arcano da força nos traga o entendimento de que precisamos resolver nossos conflitos internos e entender nosso próprio eu, para então conseguirmos ser a mudança que desejamos no mundo. Que traga consigo um ano de espiritualidade (assim como a cor) e de boas vibrações. E, é claro, de muitas artes, estudos e descobertas.
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Moça, seu traço é de uma delicadeza incrível.
ResponderExcluirGostei dos processos.
Olá, André!
ExcluirMuito obrigada pelo carinho :)