Apesar de sempre tentar compreender os códigos que fazem parte do meu processo criativo e manter um pequeno acervo de livros que me permitem aprofundar questões relativas ao sagrado feminino, eu ainda não havia parado para estudar símbolos e seus significados. E resolvi começar pelo ótimo (e ricamente ilustrado) A Linguagem dos Símbolos, de David Fontana. A leitura tem sido fácil e muito rica, principalmente nessa época de Inktober, na qual me aproximo de temais mais mórbidos.
Falando em Inktober: vou participar do desafio deste ano, porém, seguindo o modelo que adotei para o MerMay: uma ilustração por semana. Contei sobre os motivos ao final deste post. A primeira ilustra sai no dia 07.
Memento Mori foi uma espécie de "aquecimento" para o Inktober, e serviu para testar alguns materiais novos que comprei, como a brush pen da Pentel, que realmente é aquele sonho de caneta que eu imaginava hehe.
Utilizei o papel Bristol para trabalhar com lápis grafite sem interferência de alguma textura indesejada. Desde que fiz essa ilustra, lá em 2016, fiquei apaixonada por tranças espinha de peixe e, embora seja um pouco demorado para finalizar, o resultado fica tão bonito, que vale o esforço.
Utilizei a brush pen na roupa, ela é extremamente pigmentada e seca rápido. Os detalhes em dourado foram acrescentados posteriormente, inclusive a rosa que, originalmente, seria feita a lápis. Embora eu tenha parado essa ilustra no meio por conta de uma mudança, todo o processo foi muito tranquilo, pois eu sabia exatamente onde queria chegar. É reconfortante saber que estou conseguindo conciliar, da melhor maneira possível, a vida de professora com a de ilustradora.
Materiais utilizados
- Papel Bristol Canson;
- Lápis Lyra 2B e 4B;
- Esfuminho Derwent;
- Multiliner Staedtler;
- Pentel Brush Pen;
- Caneta gel dourada Pentel.
Uma figura comum na Renascença e no Barroco era o memento mori - literalmente, "lembre-se de morrer" em latim -, associado à brevidade da vida e à decadência inevitável da beleza. A rosa, símbolo dessa expressão, desabrocha rapidamente e dura pouco tempo até suas pétalas caírem. (A Linguagem dos Símbolos, p. 93)
Outros detalhes que estão presentes nessa ilustração são o contraste de preto e dourado que, para mim, representa ao mesmo tempo solenidade e decadência; as joias, que significam riqueza no plano material mas não serão levadas para o plano espiritual e a fechadura localizada no terceiro olho, que pode ser tanto a vontade de expandir o conhecimento, quanto o fechar-se em si. Essas são interpretações bastante pessoais, que acrescentei à ideia inicial.
A partir da semana que vem começo as ilustrações para o Inktober, que serão postadas sempre aos domingos (07, 14, 21 e 28). Mas será possível acompanhar alguns petiscos lá no Instagram.
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Eu amei a simbologia da fechadura no terceiro olho, nunca tinha pensado nisso. Uma vez sonhei com chaves e corujas, e elas me davam expansão de consciência, creio que eram as chaves da minha fechadura!
ResponderExcluirFechaduras são uma das simbologias que mais me encantam, e algumas semanas antes participei de uma oficina na qual um amigo explicou sobre o orixá Bará, que carrega as chaves que abrem e fecham os caminhos. Fiquei fascinada!
ExcluirEssa ficou linda, Lidy! As tranças ficaram divinas e gostei muito da fechadura no terceiro olho e de saber mais sobre a simbologia! Já tinha ouvido essa expressão memento morri. Lembrava dela significar Lembre-se de que vai morrer. Será que faltou uma parte do texto ou no livro tava escrito da forma como vc transcreveu? (Achei mais mórbido. Ahaha!)
ResponderExcluirObrigada, Lila! Essas tranças me deram um trabalho... rsrsrsrs
ResponderExcluirDepois desse livro, acho que nenhum trabalho meu será mais o mesmo, estou cada vez mais encantada com a simbologia de coisas cotidianas, artefatos... Eu transcrevi exatamente como estava no livro, para olhar as rosas de outro jeito a partir de agora :D